segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Chico

"Também acho uma delícia quando você esquece os olhos em cima dos meus" in O Leite Derramado – Chico Buarque


E que olhos!

Em tempo de programação cada vez mais grotesca na televisão, preciso fazer um relatório, comentário, desabafo.



E o que isso tem a ver com Chico Buarque? Tudo! Talvez esse seja o motivo pelo qual “Amor em 4 atos” seja comentado e elogiado por tantas pessoas. Trata-se de uma microssérie em quatro episódios, inspirada em obra de Chico Buarque, idealizada nas canções “Ela faz cinema”, "Mil perdões", "As Vitrines" e "Folhetim". 
Ficaria horas descrevendo cada episódio, a sensibilidade, a fórmula para falar de amor, sexo e traição sem parecer apelativo, mas, se você já viu, sabe do que estou falando, e se não viu, não deixe de apreciar esta produção (Joga no Youtube).

(Tudo bem que já faz um tempo que a microssérie passou. Não importa! Estou aqui para falar de Chico Buarque, que é atemporal.)

Elogios devidamente feitos, ainda acredito que passou longe de uma devida homenagem ao reverenciado Chico Buarque, ou suas canções, textos, etc. Aliás, cada canção de Chico Buarque é digna de um filme. Sua sensibilidade é singular. Não sou capaz de não falar como uma admiradora, apaixonada pela obra deste homem.

Quem não gosta de Chico Buarque provavelmente nunca amou, chorou e sequer sentiu. Mas ainda sim, deve ser respeitado como artista significativo diante da cultura brasileira.

Conheça um pouco de sua trajetória:

Em 1944 nasce Francisco Buarque de Hollanda, filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda e da pianista Maria Amélia Cesário. Carioca, músico, dramaturgo, escritor, ideólogo, romântico, boêmio e dono de olhos verdes penetrantes.

Vinicius de Morais e Chico Buarque
Amante das artes, esteve marcado na história por alguns problemas com a censura durante a Ditadura Militar. Foi casado com Marieta Severo, com quem teve três filhas.
Entre várias parcerias memoráveis esteve ao lado de Nara Leão, Elis Regina, Caetano Veloso, Tom Jobim e Vinicius de Moraes. 

Na literatura publicou: A banda, Fazenda Modelo, Chapeuzinho Amarelo, Estorvo, Benjamim, Leite derramado, entre outros.
Depois de musicar o poema “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, esteve cada vez mais presente no teatro, escrevendo e compondo.

No cinema, compôs dezenas de canções e participou de diversos documentários além de escrever o roteiro de “Os saltimbancos Trapalhões”, entre outros.

Sim, um artista completo, singular e ainda faltam palavras para alcançar todos os devidos méritos de Chico.

Depois dessa rasgação de seda, deixo-os com a letra de uma música que eu adoro. Espero que gostem. ;)

Bom Conselho

Chico Buarque

Ouça um bom conselho 

Que eu lhe dou de graça

Inútil dormir que a dor não passa

Espere sentado 
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança

Venha, meu amigo 
Deixe esse regaço 
Brinque com meu fogo 
Venha se queimar
Faça como eu digo 
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo 
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade

Viva a Música Popular Brasileira minha gente!
=D










Por: Suellen Moreira

3 comentários:

  1. Como disse: ATEMPORAL!

    Pena que a galera não sabe apreciar!

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  2. Muito boa a matéria. Assistir Amor em 4 Atos e achei fantástico, como já mencionado no texto, ele fala de amor e tudo que esteja relacionado sem ser vulgar.

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  3. Fico feliz que estejam acompanhando e gostando!!
    .. e os que não apreciam esse LINDO do Chico, não sabem o que estão perdendo. rsrs

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